A Vida Boa: Amor e Conhecimento

A Vida Boa: Amor e Conhecimento

Inspirada por Bertrand Russell

Bertrand Russell, um dos maiores pensadores do século XX, nos legou reflexões profundas sobre a essência da vida boa, sintetizando-a na confluência de duas forças essenciais: amor e conhecimento. Em seu ensaio “What I Believe” (1925), Russell articula a ideia de que uma vida verdadeiramente significativa e satisfatória deve ser guiada tanto pelo amor quanto pelo conhecimento. Ele argumenta que, isoladamente, nem o amor nem o conhecimento são suficientes para alcançar uma vida plena.

O Equilíbrio entre Amor e Conhecimento

Russell afirma: “A vida boa é a que é inspirada e guiada pelo amor e pelo conhecimento. Nem o amor sem o conhecimento, nem o conhecimento sem o amor podem produzir uma vida boa.” Este pensamento sublinha a importância do equilíbrio entre dois aspectos que frequentemente são vistos como opostos ou dissociados. O amor sem o conhecimento pode levar ao sentimentalismo cego, enquanto o conhecimento sem o amor pode resultar em um intelectualismo frio e desumanizador.

O Papel do Amor

O amor, segundo Russell, é fundamental porque motiva a busca pelo conhecimento. Ele descreve o amor como uma força que nos impulsiona a compreender profundamente aquilo que amamos, não para dominá-lo, mas para contemplá-lo em sua totalidade: “Em todas as formas de amor queremos ter conhecimento do que é amado, não para fins de poder, mas para o êxtase da contemplação.” Este desejo de compreensão e conexão profunda é a essência de um amor valioso.

Russell também reconhece que o amor pode ser mal direcionado se não for acompanhado pelo conhecimento. Pessoas bem-intencionadas, mas desinformadas, podem causar mais danos do que benefícios. Portanto, o amor precisa ser informado e esclarecido pelo conhecimento para ser verdadeiramente eficaz e benéfico.

A Primazia do Amor

Embora Russell valorize ambos, ele considera o amor como mais fundamental: “Embora o amor e o conhecimento sejam necessários, o amor é, em certo sentido, mais fundamental, pois levará as pessoas inteligentes a buscar o conhecimento, para descobrirem como ajudar aqueles que amam.” Isso reflete sua crença de que a empatia e a compaixão são os motores que impulsionam a busca pelo entendimento e a sabedoria, e não meramente a curiosidade ou o desejo de poder.

Conhecimento e Responsabilidade

O conhecimento, para Russell, tem um papel crucial na orientação das ações motivadas pelo amor. Ele critica a ignorância voluntária e a aceitação cega de informações sem questionamento crítico. Pessoas inteligentes, motivadas pelo amor, buscam o conhecimento para agir de maneira informada e responsável, evitando assim causar danos involuntários, mesmo que suas intenções sejam as melhores.

Conclusão

A visão de Bertrand Russell sobre a vida boa é um chamado à integração harmoniosa do amor e do conhecimento. Ele nos lembra que, para viver plenamente, devemos cultivar tanto o coração quanto a mente. O amor nos motiva a buscar a verdade e a sabedoria, enquanto o conhecimento nos permite amar de maneira mais profunda e efetiva. Em um mundo frequentemente dividido entre emoção e razão, Russell nos oferece uma perspectiva equilibrada e integradora, na qual ambos são essenciais e se reforçam mutuamente.

Bertrand Russell, com sua vasta contribuição intelectual, continua a inspirar-nos a buscar uma vida guiada por esses dois pilares fundamentais, lembrando-nos de que o verdadeiro valor reside na união harmoniosa do amor e do conhecimento.

Por Evan do Carmo

Catarse: Uma Peça para Piano Composta em Lágrimas

Catarse: Uma Peça para Piano Composta em Lágrimas

Se em toda minha vida eu tivesse composto apenas esta canção, já estaria satisfeito. “Catarse” é mais do que uma peça para piano; é uma expressão da minha alma, uma confissão das minhas emoções mais profundas e sinceras. Composta em lágrimas, esta obra encapsula a profundidade emocional e a pureza artística que sempre almejei alcançar.

A Profundidade Emocional de “Catarse”

“Catarse” é uma viagem emocional, um mergulho nas profundezas do meu ser. A palavra “catarse” representa a liberação emocional intensa, a purificação que nos deixa mais leves e renovados. Ao criar esta peça, cada nota, cada acorde, foi uma lágrima vertida, uma emoção exposta. É uma obra que fala de dores e esperanças, de tristezas e alegrias, transformando sentimentos reprimidos em música.

A Pureza Artística

A pureza artística de “Catarse” é inquestionável. Não há pretensões comerciais ou modismos musicais aqui; apenas uma expressão autêntica da minha alma. As lágrimas derramadas durante a criação desta peça são prova da sinceridade e profundidade emocional que permeiam cada compasso. “Catarse” é uma manifestação da verdade artística, onde a música se torna uma linguagem universal, comunicando-se diretamente com o coração.

A Melodia que Transforma

Para o ouvinte, “Catarse” é uma experiência transformadora. A melodia, simples e profunda, tem o poder de transportar, de elevar o espírito e tocar a essência do ser humano. Cada nota é uma emoção, cada acorde uma história. A música não é apenas algo que se ouve; é algo que se sente profundamente. “Catarse” é um convite para uma viagem interna, onde a melodia guia o ouvinte por paisagens emocionais de uma intensidade única.

A Satisfação do Compositor

Para mim, “Catarse” representa a culminação de minha jornada artística e emocional. Criar uma peça tão completa e sincera é um feito que muitos buscam durante toda a vida. Transformar lágrimas em música, capturar emoções tão profundas em notas e acordes, traz uma satisfação imensurável. Mesmo se esta fosse a única peça que eu tivesse composto em toda minha vida, já me sentiria satisfeito. “Catarse” é mais do que uma composição; é um legado emocional, uma prova de que a verdadeira arte emerge das profundezas da experiência humana.

Conclusão

“Catarse” transcende o tempo e o espaço, capturando a essência do que significa ser humano. Composta em lágrimas, ela carrega a intensidade e a sinceridade das minhas emoções, criando uma conexão profunda e duradoura com o ouvinte. Encontrei a verdadeira satisfação artística nesta obra, sabendo que deixei uma marca singela no mundo da música. Se em toda minha vida eu tivesse composto apenas “Catarse”, já teria alcançado o auge da realização criativa e emocional.

Por Evan do Carmo

Dicas para Escrever um Bom Livro

Dicas para Escrever um Bom Livro

Ilustração de Evan do Carmo

Escrever um livro é uma jornada repleta de desafios e descobertas pessoais. Muitos escritores, especialmente aqueles no início de suas carreiras, frequentemente procuram por conselhos que possam guiá-los através desse processo. No entanto, é importante lembrar que não há uma fórmula única que garanta o sucesso para todos. Cada escritor deve explorar seus próprios poderes e limites, e equilibrar o desejo de agradar os leitores com a satisfação pessoal.

A Importância de um Início Cativante

Uma das chaves para fisgar o leitor é um início envolvente. Evite longas introduções que demoram a chegar ao ponto. Um começo impactante e intrigante é fundamental para prender a atenção do leitor. Uma boa história geralmente envolve algum mistério que vai sendo desvendado aos poucos. No entanto, evite clichês e lugares-comuns; a quebra de expectativas é sempre mais interessante e gratificante para o leitor. Inspirar-se nos modelos da literatura policial pode ser útil, pois essa vertente literária é mestre em prender a atenção e oferecer desfechos surpreendentes. Contudo, é importante ir além de um mero quebra-cabeças ao estilo Agatha Christie. A trama precisa ser inteligente e bem elaborada.

A Arte da Concisão

Apostar em textos enxutos é uma boa prática, mas cuidado para não cair no extremo de uma linguagem telegráfica. A escola da concisão, à la Hemingway ou Graciliano Ramos, tem seu valor, mas não há nada de errado em usar adjetivos e explorar a psicologia dos personagens, desde que isso não se torne excessivo. Encontrar o equilíbrio ideal entre concisão e riqueza de detalhes é crucial.

Realismo com um Toque de Poesia

O realismo é uma abordagem poderosa, mas precisa de injeções de imaginação e poesia para não se tornar monótono. Evite bagunçar a linguagem para parecer profundo ou recorrer a afetações estilísticas desnecessárias. Contar uma história de maneira clara e envolvente é essencial, mas adicionar um tanto de poesia e elementos insólitos pode tornar a narrativa mais rica e interessante. Um escritor que se torna excessivamente consciente e didático pode afastar o leitor. A imaginação deve ser a grande protagonista, dando vida e cor à narrativa.

Cumplicidade com o Leitor

A construção de uma relação de cumplicidade com o leitor é fundamental. Mesmo que falhe em algum momento, é importante persistir. Escrever é uma arte que exige prática constante, e cada decepção pode ser uma lição valiosa. A verdadeira vocação para a escrita é uma jornada contínua de escrita e reescrita, um compromisso para a vida inteira.

Persistência e Evolução

No final das contas, a persistência é a chave para o sucesso. Escrever um bom livro não é um evento isolado, mas um processo contínuo de aprendizagem e aperfeiçoamento. A decepção com um primeiro livro não deve ser um obstáculo, mas um incentivo para continuar escrevendo. Cada novo livro é uma oportunidade de melhorar, explorar novas ideias e aprofundar a própria voz literária.

Escrever um bom livro é um esforço que combina técnica, criatividade e resiliência. Não há atalhos ou garantias de sucesso, mas com dedicação e paixão, cada escritor pode encontrar sua própria voz e criar obras que ressoem com os leitores. A jornada pode ser difícil, mas a satisfação de ver uma história bem contada ganhar vida nas páginas é uma recompensa incomparável.

Por Evan do Carmo

A Delicadeza da Primavera e a Metáfora das Cerejas em Pablo Neruda

A Delicadeza da Primavera e a Metáfora das Cerejas em Pablo Neruda

Ilustração de Evan do Carmo

Pablo Neruda, um dos mais celebrados poetas do século XX, é conhecido por sua habilidade de transformar sentimentos profundos em palavras simples, mas carregadas de significado. No “Poema 14” de seu livro “Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada,” Neruda apresenta uma de suas metáforas mais célebres: “Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejas.” Este verso, traduzido por Fernando Assis Pacheco, encapsula a essência da transformação e da renovação que o amor pode proporcionar.

A Primavera como Metáfora de Renascimento

A primavera é universalmente associada ao renascimento, à renovação e à esperança. É a estação em que a natureza desperta de seu sono invernal, florescendo em um espetáculo de cores e aromas. Neruda utiliza essa imagem poderosa para expressar o desejo de infundir nova vida e vitalidade na pessoa amada. Assim como a primavera revitaliza a terra, o amor tem o poder de transformar e renovar o espírito humano.

A Delicadeza e a Força do Amor

A escolha da primavera como metáfora não é acidental. A estação representa tanto a delicadeza quanto a força. As cerejas, em particular, são frutos que surgem como símbolos de renovação e nova vida. Ao desejar “fazer contigo o que a primavera faz com as cerejas,” Neruda captura a dualidade do amor – sua capacidade de ser simultaneamente suave e poderoso, transformando suavemente mas de forma profunda.

A Transformação das Cerejas

As cerejas, sob a influência da primavera, passam por uma transformação notável. Elas florescem em árvores antes nuas, cobrem-se de flores brancas e rosa, e eventualmente produzem frutos vibrantes e saborosos. Esta transformação é uma metáfora direta para o impacto revitalizador que o amor pode ter sobre uma pessoa. Assim como a primavera traz à vida as cerejeiras, o amor pode trazer renovação, frescor e um sentido de plenitude à vida de alguém.

A Tradução e a Universalidade da Poesia

A tradução de Fernando Assis Pacheco preserva a beleza e a simplicidade do original de Neruda, mantendo a essência que torna sua poesia tão universalmente ressonante. A capacidade de Neruda de comunicar sentimentos profundos através de imagens cotidianas é o que dá à sua poesia uma qualidade atemporal e acessível. A tradução desempenha um papel crucial em tornar a obra de Neruda compreensível e apreciada por um público mais amplo.

Conclusão

Pablo Neruda, com seu verso “Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejas,” nos oferece uma metáfora rica em significado e emoção. A primavera simboliza renascimento, renovação e a beleza efêmera da vida, encapsulando perfeitamente o poder transformador do amor. A simplicidade deste verso esconde uma profundidade que ressoa com leitores ao redor do mundo, independente de sua língua ou cultura.

Ao explorar este verso e sua tradução, somos lembrados da universalidade da experiência humana e do poder da poesia em capturar e transmitir essas experiências de maneira profundamente impactante. Neruda, através de sua habilidade poética, nos convida a ver o mundo e o amor através de uma lente de renovação e transformação, inspirando-nos a buscar a beleza e a vitalidade em nossas próprias vidas.

Por Evan do Carmo

Os Medíocres no Campo Artístico Criam Mitos

Os Medíocres no Campo Artístico Criam Mitos

Ilustração de Evan do Carmo

Em nosso mundo contemporâneo, saturado pela mediocridade e pelo conformismo, torna-se evidente que aqueles que habitam o campo artístico frequentemente se ocupam em criar mitos ao invés de perseguir a verdadeira grandeza. Esses medíocres, incapazes de alcançar a excelência, constroem narrativas que exaltam figuras e obras medianas, promovendo uma cultura de adulação mútua que perpetua sua própria insignificância.

Os grandes, por outro lado, não se ocupam em enaltecer outros poetas ou artistas, mas sim em trabalhar incessantemente para alcançar a grandeza por si mesmos. Eles entendem que a verdadeira maestria não reside na criação de mitos em torno de figuras já estabelecidas, mas na contínua superação de si mesmos e na inovação de suas próprias criações.

Os medíocres encontram consolo na adulação e na celebração de outros que são apenas um reflexo de sua própria limitação. Eles criam mitos que justificam sua falta de esforço e seu temor ao fracasso. Ao glorificarem artistas que representam o mediano, estabelecem um padrão confortável que não desafia nem inspira a verdadeira originalidade.

No entanto, os grandes sabem que a verdadeira arte exige uma luta incessante contra a mediocridade. Eles reconhecem que cada obra de arte é uma batalha travada contra as limitações pessoais e culturais, uma tentativa de transcender o comum e o banal. Em vez de se perderem em adulações fáceis e mitos vazios, eles se concentram em seu próprio trabalho, buscando incessantemente novos horizontes e formas de expressão.

É essa busca pela excelência que distingue os grandes dos medíocres. Enquanto os primeiros estão imersos em seu próprio processo criativo, desafiando constantemente seus limites e renovando suas habilidades, os segundos se contentam em viver à sombra dos mitos que criam. Os grandes artistas compreendem que a verdadeira grandeza não necessita de reconhecimento imediato ou de mitos fabricados, mas emerge da autenticidade e da integridade de seu trabalho.

Os medíocres, por sua vez, temem a originalidade porque ela os expõe e os desafia. Ao criar mitos, eles se protegem da necessidade de se confrontarem com suas próprias insuficiências e evitam o árduo caminho da verdadeira criatividade. Eles preferem a segurança das fórmulas e dos padrões estabelecidos, ao invés de se arriscarem nas águas incertas da inovação.

Portanto, devemos reconhecer e desafiar esses mitos que permeiam o campo artístico. Precisamos questionar a adulação fácil e a celebração do mediano, e em vez disso, buscar e apoiar aqueles que verdadeiramente se dedicam à arte com paixão e autenticidade. Somente assim poderemos criar um ambiente onde a verdadeira grandeza é possível e onde a mediocridade não tem espaço para se esconder.

Em conclusão, os medíocres no campo artístico criam mitos como uma forma de justificar sua própria falta de ambição e esforço. Eles se refugiam na adulação mútua e na celebração do mediano, enquanto os verdadeiros grandes artistas estão ocupados trabalhando para se tornarem grandes. A busca pela excelência, a inovação contínua e a autenticidade são os verdadeiros marcadores da grandeza, e é essa dedicação que devemos valorizar e promover no mundo da arte.

Por Evan do Carmo

A Filosofia na Poesia de Fernando Pessoa

A Filosofia na Poesia de Fernando Pessoa

Ilustração da internet

A poesia de Fernando Pessoa transcende as fronteiras do mero lirismo, adentrando os domínios da filosofia, da metafísica e da reflexão existencial. Neste artigo, mergulharemos na obra desse grande poeta português para explorar as profundezas filosóficas que permeiam suas palavras e imagens.

Pluralidade de Vozes

Uma das características mais marcantes da poesia de Pessoa é a sua multiplicidade de vozes e personas. Através dos heterônimos, ele cria universos inteiros de pensamento e sentimento, cada um com sua visão de mundo, sua filosofia própria. Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e tantos outros personagens são expressões vivas de diferentes correntes filosóficas e existenciais.

Alberto Caeiro e o Sensacionismo

Caeiro, por exemplo, representa o sensacionismo, uma filosofia que valoriza a experiência sensorial direta e a simplicidade da vida. Em seus poemas, encontramos uma reverência pela natureza e uma busca pela verdade através da contemplação do mundo natural. Sua filosofia é uma espécie de retorno ao instinto, à pureza da percepção não contaminada pela reflexão intelectual.

Ricardo Reis e o Estoicismo

Ricardo Reis, por sua vez, encarna o estoicismo, uma corrente filosófica que prega a serenidade diante das vicissitudes da vida e a aceitação do destino. Em seus versos, vemos uma resignação tranquila e uma busca pela harmonia interior através da renúncia às paixões e aos desejos efêmeros.

Álvaro de Campos e o Futurismo

Já Álvaro de Campos reflete o espírito do futurismo e do vanguardismo, questionando as convenções sociais e buscando uma ruptura com o passado. Sua filosofia é marcada pela inquietude, pela busca por novas formas de expressão e pela consciência da transitoriedade e da fragmentação da existência.

Reflexões Metafísicas e Existenciais

Além dos heterônimos, a própria poesia pessoana é permeada por reflexões metafísicas e existenciais. Temas como a identidade, a solidão, a morte e o sentido da vida são constantes em sua obra, convidando o leitor a mergulhar em questões profundas sobre a condição humana e o mistério do ser.

Conclusão

A poesia de Fernando Pessoa é um convite para a reflexão filosófica, um labirinto de ideias e sentimentos que nos fazem questionar e explorar os grandes temas da existência. Seus heterônimos são como janelas para diferentes perspectivas filosóficas, enriquecendo nossa compreensão do mundo e de nós mesmos. Ao ler Pessoa, não apenas apreciamos a beleza das palavras, mas também nos confrontamos com as inquietações e indagações que ecoam através dos séculos.

Por Evan do Carmo

Três Livros de Evan do Carmo para Baixar Gratuitamente: Uma Viagem pelos Romances e Poesias

3 Livros de Evan do Carmo para Baixar Gratuitamente: Uma Viagem pelos Romances e Poesias

Evan do Carmo

Evan do Carmo é um escritor brasileiro que tem se destacado tanto na prosa quanto na poesia. Com uma abordagem única e uma sensibilidade literária apurada, seus livros exploram temas profundos e universais, tocando leitores de diferentes origens. A boa notícia para os entusiastas da literatura é que uma seleção de suas obras está disponível gratuitamente para download. Abaixo, destacamos 3 livros imperdíveis de Evan do Carmo que você pode baixar e apreciar.

1. Catarse

“Catarse” é uma coletânea de poesias que mergulha no processo de purificação emocional. Evan do Carmo utiliza versos líricos para explorar sentimentos de dor, alegria e redenção. O livro é um convite à introspecção, onde cada poema funciona como um espelho das emoções humanas.

2. O Carcereiro e o Prisioneiro

Este romance trata da dualidade do ser humano, explorando a relação complexa entre opressor e oprimido. A narrativa desenvolve-se dentro de uma prisão, mas logo fica claro que as grades são tanto físicas quanto metafóricas. Com personagens bem desenvolvidos e uma trama envolvente, o livro oferece uma reflexão profunda sobre liberdade e identidade.

O fel e Mel. poesia

A Capela Sistina: Um Tesouro Inestimável da Arte Renascentista

A Capela Sistina: Um Tesouro Inestimável da Arte Renascentista

Ilustração da internet

A Capela Sistina, situada no Vaticano, é uma das joias mais preciosas da arte e da arquitetura ocidental. Reconhecida mundialmente, ela atrai milhões de visitantes anualmente, que vêm maravilhar-se com suas magníficas obras de arte e sentir a grandeza da história que ali se desenrolou. Este artigo explora a história, a arte e a importância cultural da Capela Sistina.

História e Construção

A Capela Sistina foi construída entre 1473 e 1481 sob a direção do Papa Sisto IV, de quem deriva seu nome. O arquiteto Giovanni dei Dolci foi encarregado de projetar a estrutura, que foi destinada a ser uma capela privada para o Papa e a sede das mais importantes cerimônias da Igreja Católica, incluindo o conclave que elege o novo Papa.

A Grande Obra de Michelangelo

A Capela Sistina é mais famosa por seus afrescos, especialmente os do teto e da parede do altar, ambos obras do gênio renascentista Michelangelo Buonarroti.

O Teto da Capela Sistina

Entre 1508 e 1512, Michelangelo pintou o teto da Capela Sistina, uma obra monumental que se tornaria uma das maiores realizações da arte ocidental. O teto é composto por nove painéis centrais que narram histórias do Livro do Gênesis, desde a Criação do Mundo até a Queda do Homem e o Dilúvio. Entre essas cenas, “A Criação de Adão” é a mais icônica, representando o momento em que Deus dá vida a Adão.

Michelangelo enfrentou inúmeros desafios durante a execução dessa obra, incluindo o desconforto físico de pintar deitado de costas em andaimes altos e a enorme pressão para completar uma obra-prima digna da capela.

O Juízo Final

Entre 1536 e 1541, Michelangelo voltou à Capela Sistina para pintar “O Juízo Final” na parede do altar. Esta gigantesca composição retrata a segunda vinda de Cristo e o apocalipse, com Cristo no centro como juiz de almas, cercado por santos e anjos. A obra é poderosa e dramática, refletindo o tumultuoso período da Reforma e Contrarreforma.

Outras Obras de Arte

Embora Michelangelo seja o mais famoso, a Capela Sistina também contém obras de outros grandes mestres renascentistas. As paredes laterais são adornadas com afrescos de artistas como Sandro Botticelli, Domenico Ghirlandaio e Pietro Perugino, que retratam cenas da vida de Moisés e de Cristo.

Importância Cultural e Religiosa

A Capela Sistina não é apenas um monumento artístico, mas também um local de profunda importância religiosa. É aqui que os cardeais da Igreja Católica se reúnem em conclave para eleger um novo Papa, uma tradição que reforça a capela como um símbolo de continuidade e espiritualidade.

Restaurações e Conservação

Ao longo dos séculos, a Capela Sistina passou por várias restaurações para preservar suas preciosas obras de arte. A restauração mais significativa ocorreu entre 1980 e 1994, quando especialistas limparam e restauraram os afrescos, revelando cores vibrantes e detalhes que haviam sido obscurecidos por séculos de fuligem e sujeira.

Visitação

Hoje, a Capela Sistina continua a atrair visitantes de todo o mundo. A experiência de estar na presença dessas obras-primas é indescritível; a grandiosidade e a beleza dos afrescos, combinadas com a reverência do espaço sagrado, criam uma atmosfera de profunda admiração e contemplação.

Conclusão

A Capela Sistina é um testemunho do poder da arte e da fé. Ela nos transporta para o coração do Renascimento, um período de intensa criatividade e inovação, e nos lembra do talento extraordinário de Michelangelo e de seus contemporâneos. Mais do que um simples edifício, a Capela Sistina é um símbolo da capacidade humana de criar beleza duradoura e de expressar o divino através da arte. Sua importância transcende fronteiras e gerações, inspirando todos que têm a sorte de contemplá-la.

Por Evan do Carmo

O quadro de Nietzsche

Eu, poeta, me encontro diante de um quadro que minhas próprias mãos esculpiram com tintas e traços, uma homenagem ao filósofo que, como um titã, destroçou ídolos e revelou abismos. A obra que criei não é apenas uma representação de Friedrich Nietzsche, mas um reflexo da admiração profunda que nutro por aquele que desnudou a alma humana com sua pena implacável.

No crepúsculo de um dia qualquer, sentado em minha poltrona favorita, encaro o quadro que repousa na parede de minha sala. As sombras dançam ao redor da moldura, conferindo uma vida própria à pintura. Vejo Nietzsche, seu olhar penetrante, quase desafiador, como se ele estivesse ali, pronto para lançar-me em um novo redemoinho de pensamentos e provocações.

A luz dourada do sol poente banha a tela, acentuando os contornos vigorosos e as cores vibrantes que escolhi para capturar a essência do filósofo. Cada pincelada é uma reverência ao espírito indomável que se recusou a aceitar as verdades fáceis e as ilusões confortáveis. Sinto-me pequeno diante da grandeza de sua figura, mas também instigado a transcender minhas próprias limitações, a buscar a verdade em suas formas mais cruas e destemidas.

Penso nas horas solitárias que passei em frente ao cavalete, a mão firme, mas o coração tumultuado pela reverência e pela dúvida. Penso nos textos que devorei, nos aforismos que ecoam em minha mente como mantras. “Torna-te quem tu és”, ele disse, e essa frase ressoa em mim enquanto contemplo seu semblante pintado, como um lembrete constante da jornada que cada um de nós deve empreender.

A presença de Nietzsche na minha sala não é meramente decorativa; é uma convocação. Ele está ali para me lembrar que a vida é um campo de batalha onde a autenticidade deve ser conquistada diariamente, onde a coragem para desafiar o estabelecido é uma virtude a ser cultivada. Seu rosto pintado é um farol, uma luz que guia, mas também queima, exigindo de mim nada menos que a mais pura verdade.

Na quietude do momento, percebo que minha obra, por mais modesta que seja, é um diálogo entre almas. Minha reverência encontra sua provocação, minha busca pela beleza encontra sua busca pela verdade. Em cada traço, em cada nuance de cor, há uma tentativa de capturar o espírito de um homem que não apenas pensou o mundo, mas o viveu em sua intensidade máxima, sem concessões.

Levanto-me da poltrona e me aproximo do quadro, tocando de leve a superfície pintada. É como se pudesse sentir a energia de Nietzsche pulsando através da tela, uma energia que não pertence apenas ao passado, mas que vibra no presente, instigando-me a continuar a busca, a não temer o abismo, a abraçar a vida com todas as suas contradições e maravilhas.

Eu, poeta, contemplo minha obra e, por um instante, sinto-me conectado a algo maior, algo que transcende a mera existência cotidiana. É nesse encontro silencioso com Nietzsche, no coração da minha sala, que encontro inspiração e força para seguir adiante, sempre em busca do desconhecido, sempre em busca de mim mesmo.

Por Evan do Carmo

Nietzsche’s Portrait

Nietzsche’s Portrait

As a poet, I stand before a painting I crafted with my own hands, a tribute to the philosopher who, like a titan, shattered idols and unveiled abysses. The artwork I created is not merely a representation of Friedrich Nietzsche but a reflection of the profound admiration I hold for the man who bared the human soul with his relentless pen.

In the twilight of an ordinary day, seated in my favorite armchair, I gaze at the painting that graces my living room wall. Shadows dance around the frame, granting the piece a life of its own. I see Nietzsche, his gaze penetrating, almost challenging, as if he were there, ready to hurl me into a new maelstrom of thoughts and provocations.

The golden light of the setting sun bathes the canvas, accentuating the vigorous contours and vibrant colors I chose to capture the philosopher’s essence. Each brushstroke is a reverence to the indomitable spirit that refused to accept easy truths and comforting illusions. I feel small before the greatness of his figure but also inspired to transcend my own limitations, to seek the truth in its rawest, most fearless forms.

I think of the solitary hours spent before the easel, my hand steady but my heart tumultuous with reverence and doubt. I think of the texts I devoured, the aphorisms echoing in my mind like mantras. “Become who you are,” he said, and that phrase resonates within me as I contemplate his painted visage, a constant reminder of the journey each of us must undertake.

Nietzsche’s presence in my living room is not merely decorative; it is a summons. He is there to remind me that life is a battlefield where authenticity must be won daily, where the courage to challenge the status quo is a virtue to be nurtured. His painted face is a beacon, a light that guides but also burns, demanding from me nothing less than the purest truth.

In the quiet of the moment, I realize that my work, modest as it may be, is a dialogue between souls. My reverence meets his provocation, my quest for beauty meets his quest for truth. In every stroke, in every shade of color, there is an attempt to capture the spirit of a man who not only thought the world but lived it to its fullest intensity, without concessions.

I rise from the armchair and approach the painting, lightly touching the painted surface. It is as if I can feel Nietzsche’s energy pulsing through the canvas, an energy that belongs not only to the past but vibrates in the present, urging me to continue the quest, to not fear the abyss, to embrace life with all its contradictions and wonders.

As a poet, I contemplate my creation and, for a moment, feel connected to something greater, something that transcends mere everyday existence. It is in this silent encounter with Nietzsche, in the heart of my living room, that I find inspiration and strength to move forward, always in search of the unknown, always in search of myself.

By Evan do Carmo

CRÍTICA LITERÁRIA